(Vídeo) Desde setembro, 75% dos óbitos de idosos são de pessoas com vacinação incompleta
Após pesquisa desenvolvida no estado analisar os casos de óbitos relacionados à covid-19 e o cronograma de vacinação das vítimas, também é possível ter um panorama no quadro brusquense. Dados da Vigilância em Saúde, focados nos quadro de pessoas com mais de 60 anos, mostram a disparidade entre o risco de quem ainda precisa completar seu quadro vacinal.
No estudo estadual, idosos não vacinados ou com quadro vacinal incompleto possuem até 45 vezes mais chances de óbito, que aqueles que já receberam as três doses do imunizante. A análise foi feita no período de novembro de 2021 a janeiro de 2022, levando em conta os 871 óbitos gerais registrados no período.
A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes imunizados entre as pessoas com mais de 60 anos ainda não vacinados ou sem as três doses da vacina foi de 836,4. Já o índice para aqueles que estavam com a vacina em dia foi de 17,7 óbitos por 100 mil pessoas vacinadas.
A escolha do intervalo de tempo analisado no estudo estadual é indicada como positiva, pela coordenadora de Vigilância em Saúde de Brusque, Ariane Fischer. “É interessante, já que já dá para contar o tempo de anticorpos até mesmo de anticorpos da terceira dose”.
No caso de Brusque, segundo os dados da Vigilância em Saúde, desde setembro, quando a terceira dose já poderia ser aplicada, até a última sexta-feira (4) , foram 10 óbitos de pessoas com mais de 60 anos. Do total, apenas dois tinham completado o quadro vacinal, enquanto o restante ainda não tinha completado as três doses indicadas. Três dos casos, sequer haviam recebido a primeira dose do imunizante. “Setenta e cinco por cento dos idosos que vieram a óbito não tinham seu esquema vacinal completo”, descreve.
Diferença nos números
Ariane destaca que, no ano passado, a média de internações na Unidade de Terapia Intensiva (UTIfoi de 12 a 15 pessoas internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente, o número está pela metade e, três, possuem histórico de comorbidades.
“A vacina tem sido de muito sucesso com relação ao agravamento dos sinais. Não quer dizer qua vacina vai impedir que se contamine as pessoas, não. Ela vai impedir que se torne de forma grave, que os sinais clínicos fiquem graves”, descreve.
Ela também destaca que a tendência é de um grande número de contaminações até o mês de maio, em todo país. O motivo é a característica de mais contaminações da variante ômicron.
Um alerta que ela faz é quanto à baixa procura para a chamada dose de reforço. Atualmente, apenas 20% da população de Brusque recebeu a terceira dose. Acredita que a não exigência dela para viagens e entrada em eventos tenha gerado um estímulo menor, em comparação com a segunda dose. Outro ponto destacado pela coordenadora é o tempo exigido para quem teve diagnósticos positivos para Covid-19 ou gripe.
As campanhas de desinformação também acabam prejudicando a adesão ao imunizante. “Nós temos a ciência, que está a nosso favor. Ela nos mostra a efetividade através de ensaios clínicos, através de evidências científicas, mas a internet está aí e está para todos e acaba sugestionando, deixando as pessoas, de certa maneira, inseguras. A gente ressalta a importância da vacinação e a importância que os números estão mostrando”, afirma.